No hábito de fazer um check-up de saúde todo ano, é necessário colocar o otorrinolaringologista na sua lista de exames. Pois é por meio dela que é possível prevenir diversas doenças que afetam ouvidos, nariz e garganta. A saúde auditiva, por exemplo.
As células da audição, diferentemente das células de outras áreas do corpo, aparentemente não apresentam capacidade regenerativa ou de cicatrização. Uma vez perdidas não é possível recuperá-las.
“Entretanto, existe uma janela ou gap, ou seja, se a perda auditiva for tratada imediatamente diante de sua instalação, maiores são as chances de recuperação da audição. A perda auditiva aguda recente tem chance de reversão. Perda auditiva crônica instalada pode ser tratada, mas com pouca chance de reversão, com algumas exceções”, explica Dra. Jeanne Oiticica, otorrinolaringologista, otoneurologista e Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
A visita de rotina anual aliada ao exame de audiometria são medidas preventivas capazes de reduzir o impacto da deficiência auditiva na população. A especialista conta que estudos recentes mostram que a deficiência auditiva não corrigida aumenta em 36% as chances de demência na população não reabilitada.
Outras doenças capazes de serem evitadas ou receber tratamento precoce, assim que o problema se instala, são: otite, mastoidite (infecção bacteriana do osso mastoide, localizado atrás da orelha), otoesclerose (formação atípica de osso na orelha média e ou interna, de causa genética, que provoca perda progressiva da audição), colesteatoma (massa de pele – tecido epitelial – que se forma dentro do ouvido), glomus (tumor benigno altamente vascularizado do sistema neuroendócrino que se forma na orelha média), neuroma (tumor benigno que se forma por espessamento do nervo do ouvido), meniere (aumento da pressão de líquido no ouvido que determina episódios recorrentes de sensação ouvido tampado, zumbido, vertigem e surdez flutuante) e ototoxicidade (lesão das células ciliadas do ouvido – células responsáveis pela audição – pelo uso de drogas e medicamentos – antibióticos e antineoplásicos – potencialmente danosos a estas estruturas).
Já nos exames laboratoriais estão incluídos hemograma, glicemia de jejum, hemoglobina glicada, colesterol total e frações, triglicérides, dosagem de hormônios da tireoide, entre outros.
“É muito mais fácil prevenir do que cuidar da doença. A visita de rotina aos especialistas é uma das formas de se atingir uma boa qualidade de vida”, alerta Dra. Jeanne.